Trata-se da segunda edição do certame que, segundo o seu director, o produtor Paulo Branco, assim «entra na fase adulta», depois de «uma fase de testes», no ano passado.
O Festival do Filme do Estoril quer inscrever-se como um certame «incontornável no panorama dos festivais internacionais».
«Nós gostaríamos de conseguir ser um festival de referência e, para isso, temos este ano um programa extremamente ambicioso», afirmou Paulo Branco em conferência de imprensa no Casino Estoril, um dos três espaços onde decorrerá o certame.
Homenagem a Julião Sarmento
Além da homenagem a Bertolucci e da retrospectiva de Tim Burton - que estarão, «com uma certa dose de garantia», presentes em Novembro no Estoril, de acordo com o director do festival - haverá igualmente «um núcleo» dedicado às obras do artista plástico Julião Sarmento em filme ou projecção, intitulado «The Moving Image», no âmbito do objectivo traçado no ano passado de focar a transversalidade das artes.
O escritor sul-africano J. M. Coetzee, Prémio Nobel da Literatura 2003 e duas vezes vencedor do Booker Prize, será este ano um dos elementos do júri do Festival do Filme do Estoril.
Serão 14 os filmes em competição mas o processo de escolha está ainda em curso, tendo Paulo Branco remetido o anúncio da selecção oficial para o final de Setembro, bem como dos filmes que serão exibidos fora de competição e dos nomes dos restantes elementos do júri.
Este ano, o festival, orçado em cerca de quatro milhões de euros, atribuirá só o primeiro prémio, no valor de 20 mil euros, para «fazer uma distinção» em relação aos segundo e terceiro classificados, que receberão «apenas troféus», explicou o responsável.
«Estados Gerais» da crítica cinematográfica
O certame incluirá igualmente uma secção dedicada às principais escolas de cinema europeias, cada uma das quais apresentará um total de 90 minutos dos trabalhos mais representativos dos seus alunos, que terão oportunidade de defender os seus projectos numa mesa-redonda.
Uma espécie de «Estados Gerais» da crítica cinematográfica decorrerá também durante o Festival do Filme do Estoril, adiantou o director, com a participação de 40 dos mais importantes críticos de cinema do mundo, entre os quais Jean-Michel Frodon, director da revista francesa Cahiers du Cinéma.
Além da sala de cinema do Casino Estoril, remodelada no ano passado para poder projectar os filmes do festival, outros dois espaços acolhem o certame: o Centro de Congressos do Estoril e o Teatro Municipal Mirita Casimiro.
Para aumentar o número de espectadores - que no ano passado foi de cinco mil - Paulo Branco indicou que haverá «um cuidado muito especial» com a informação ao público, os pontos de venda de bilhetes para os filmes e os transportes para as salas onde serão exibidos.
Fonte: Diário