"A greve de 24 horas visa mostrar ao Governo que os trabalhadores não estão dispostos a aguentar mais. A administração pública faz parte do país e o executivo continua a ter uma atitude altista, sem dar resposta às reivindicações dos trabalhadores", justificou.

Em conferência de imprensa, Ana Avoila afirmou que a questão do aumento salarial dos funcionários da Administração Central e Local "é uma questão central" de que a Frente Comum "não abrirá mão". "Os trabalhadores não podem perder ano após ano, o poder de compra", disse.

Ana Avoila afirmou também que a Frente Comum está contra o regime de contrato de trabalho em funções públicas, que entrará em vigor em Janeiro do próximo ano, e que vai penalizar os funcionários públicos nas suas remunerações.

A coordenadora da Frente Comum disse ainda ser "inaceitável e lesivo estarem ainda por definir”, por parte do Governo, os estatutos das carreiras de alguns subsectores da administração pública, dos direitos dos enfermeiros e médicos do Sistema Nacional de Saúde.

Greve na Saúde e na Educação

Foi ainda adiantado que o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses vai fazer uma greve a 30 de Setembro e 1 de Outubro.

Guadalupe Simões, dirigente deste sindicato, também presente na conferência de imprensa, disse que "a Saúde é um sector muito sensível e os funcionários, enfermeiros e médicos estão neste momento a sofrer na pele".

"Não podemos aceitar desculpas de mau pagador por parte do Governo, pois a situação é insustentável", sublinhou.

Segundo Ana Avoila, a Administração Local vai também fazer greve a 1 de Outubro e os professores vão estar parados, fazendo plenários de "reflexão, luta e de manifestação".

Sobre os funcionários públicos aposentados, a dirigente sindical da Frente Comum criticou o facto de terem vindo a perder poder de compra, o que qualificou de "inaceitável", e será um dos objectivos da luta que se insere no âmbito de uma jornada nacional de luta convocada pela CGTP para o primeiro dia de Outubro.

A coordenadora da Frente Comum explicou que vê esse dia como "uma grande jornada de luta", que se tem de travar, discutir e resolver.

Ana Avoila lembrou que está marcado para sexta-feira um plenário de trabalhadores da função pública no Rossio, deslocando-se posteriormente os trabalhadores para o Ministério das Finanças.