Primeira entrevista após vitória eleitoral foi à CNN.A polémica prisão de terroristas na base naval de Guantánamo, em Cuba, vai mesmo fechar quando Barack Obama chegar à Casa Branca. Na sua primeira entrevista televisiva desde a eleição presidencial, domingo à noite, ao programa 60 Minutos, do canal CBS, o futuro Presidente confirmou que mantém os planos para fechar aquela prisão para supostos terroristas antes de garantir que vai ordenar a retirada das tropas do Iraque e que está a preparar medidas para combater a crise económica no país.
"Disse várias vezes que queria fechar Guantanamo e vou cumprir," afirmou o futuro Presidente. "Quero garantir que os Estados Unidos não torturam mais ninguém," acrescentou o homem que se tornará no primeiro Presidente afro-americano da América.
A prisão em Cuba é um dos símbolos dos excessos da administração Bush na luta contra o terrorismo, famosa por manter suspeitos sem acusação e sob tortura. Desde que foi aberta. em 2002, mais de 800 homens e adolescentes passaram por aquele centro de detenção e 255 desses ainda ai permanecem.
Para Obama o fim de Guantánamo é tão fundamental "para recuperar o estatuto moral da América no mundo," como a guerra ao terrorismo. Sobre isso, o futuro Presidente afirmou que, tal como prometido, vai ordenar a retirada do essencial das forças americanas do território do Iraque até ao Verão de 2009.
"Assim que tomar funções [em 20 de Janeiro de 2009], falarei com o Estado-Maior e os responsáveis da segurança nacional para lançar um plano de retirada de tropas." A ideia é libertar recursos e tropas do país antes governado por Saddam Hussein - onde desde 2003 morreram quatro mil soldados americanos - para o Afeganistão, considerado o palco principal da luta contra o terrorismo. "A nossa prioridade será capturar Ben Laden e derrotar a Al Qaeda de uma vez por todas," afirmou.
Sobre a crise económica, a maior preocupação dos americanos e assunto que se diz ter decidido as eleições, Obama disse que a sua equipa está a estudar medidas "equilibradas" para combater a crise económica mas avisou que não avançará com um novo New Deal - um pacote de grandes investimentos públicos semelhante ao que o presidente Franklin D. Roosevelt fez aprovar para combater a crise que se seguiu ao crash de 1929. "Acho que recriarmos o que deu resultados nos anos 30 no século XXI seria estar desligado da realidade."
Acompanhado de Michelle, sua mulher e futura primeira-dama, na parte final da entrevista, Obama falou sobre as mudanças da sua vida pessoal e da perda de privacidade. "Não posso mais ir ao barbeiro. Tenho de lhe pedir para vir a um local secreto cortar-me o cabelo", revelou. Por seu lado, Michelle disse estar ansiosa por se mudar para a Casa Branca para dar estabilidade à família e revelou que as suas filhas só receberão o cão -promessa de campanha - daqui a dois meses. "Estamos em fase de espera nesse assunto. O prometido era que teriam um cão quando estivéssemos instalados. As crianças não têm problema com isso."
Fonte: Diário de Noticias
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